Pesquisa e texto final: Lauro Freitas Fº
Os Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, revelaram ao mundo um fenômeno nas piscinas – para alguns, maior até que o lendário Mark Spitz. Contudo, a glória ímpar alcançada no esporte pela alemã Kristin Otto jamais foi festejada na sua plenitude pela História devido a uma polêmica que até hoje persiste. Teria sido Kristin, a única mulher a ganhar seis medalhas de ouro em uma mesma Olimpíada, produto de uma preparação atlética revolucionária ou artificialmente esculpida com a utilização de métodos menos nobres e ilegais, como o uso de esteróides?
Mas tais suspeitas, nunca confirmadas (uma vez que os testes antidoping da nadadora jamais acusaram presença de qualquer substância), não são suficientemente consistentes para apagar o brilho dessa lourinha, nascida em 7 de fevereiro de 1996 na cidade de Leipzig, antiga Alemanha Oriental.
O talento precoce de Kristin Otto começou a ser notado em 1982, no Mundial de Natação realizado em Guaiaquil, no Equador, quando a atleta – então com apenas 16 anos – sagrou-se campeã na prova dos 100 costas. Porém o Mundial seguinte, em Madri (Espanha), quatro anos depois, ficou marcado como a competição da sua vida. Ela ganhou seis medalhas, sendo quatro de ouro, duas individuais nos 100 livre (55:05) e 200 medley (2:15:56), além dos revezamentos 4 x 100 livre e 4 x 100 medley, estes dois com recordes mundiais. Por sinal, na abertura do revezamento 4 x 100 livre, Kristin Otto quebrou o recorde mundial da prova com 54:73.
Aos 22 anos, o mundo a seus pés
O grande momento de consagração, no entanto, veio nas Olimpíadas de Seul, em 1988. Ainda sob a divisão de regimes e do imenso muro, a Alemanha Oriental conseguiu desfilar o poderio de sua equipe de natação sobre as tradicionais equipes canadense e norte-americana graças à Kristin Otto. A nadadora arrebatou seis medalhas de ouro, incluindo as duas que ajudou sua equipe vencer no revezamento. Aos 22 anos, a nadadora assombrou o mundo também pelo fato de que as medalhas foram conquistadas em três estilos diferentes – nado livre, nado de costas e borboleta – proeza que nenhum outro atleta realizou, nem mesmo Mark Spitz.
À sua sombra, Kristin conduziu o tempo todo as chinesas, mas conseguiu com décimos de segundos manter-se no lugar mais alto do pódio em todas as provas que disputou. A mais emocionante prova durou menos de 26 segundos. Disputando os 50 metros nado livre, a alemã venceu por meio braço a chinesa Yang Wenyi, dona de nove recordes mundiais conquistados em 1986 (quatro) e 1987 (cinco).
Mais uma medalha nadando de costas, Kristin Otto ainda chegaria ao recorde olímpico em uma brilhante performance na prova de 100m borboleta. Em 59 segundos, ela confirmou que estava entrando para a história da natação em grande estilo. Outras duas medalhas de ouro no revezamento fizeram com que o mundo passasse a ver as alemãs como as grandes donas das piscinas de Seul.
Se por um lado a excepcional performance da natação alemã trouxe à tona discussões sobre doping de atletas, também trouxe consigo um novo estilo de preparação para os atletas. Resultado de intensas sessões de musculação, as alemãs orientais desfilavam pelas piscinas ostentando corpos bem definidos e ombros largos.
Agraciada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) com o título de Rainha dos Jogos Olímpicos de Seul, Kristin Otto se indignou com as insinuações de que teria se valido de esteróides para alcançar seus feitos. “Ninguém poderá tirar meu sucesso em Seul. Eu era como o Mark Spitz, as medalhas foram resultado de anos de trabalho. Mas não posso ter certeza sobre o que foi colocado na minha comida”, defendeu-se na época através da imprensa.
Talvez abatida pelas acusações, que ela sempre rebateu, Kristin Otto aproveitou o Campeonato Europeu de 1989, realizado em Bonn, na Alemanha, para se despedir da natação ainda na flor de seus 23 anos de idade e, certamente, com muitos recordes ainda por quebrar. Hoje, a ex-rainha das piscinas é comentarista de um canal esportivo alemão.
Os Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, revelaram ao mundo um fenômeno nas piscinas – para alguns, maior até que o lendário Mark Spitz. Contudo, a glória ímpar alcançada no esporte pela alemã Kristin Otto jamais foi festejada na sua plenitude pela História devido a uma polêmica que até hoje persiste. Teria sido Kristin, a única mulher a ganhar seis medalhas de ouro em uma mesma Olimpíada, produto de uma preparação atlética revolucionária ou artificialmente esculpida com a utilização de métodos menos nobres e ilegais, como o uso de esteróides?
Mas tais suspeitas, nunca confirmadas (uma vez que os testes antidoping da nadadora jamais acusaram presença de qualquer substância), não são suficientemente consistentes para apagar o brilho dessa lourinha, nascida em 7 de fevereiro de 1996 na cidade de Leipzig, antiga Alemanha Oriental.
O talento precoce de Kristin Otto começou a ser notado em 1982, no Mundial de Natação realizado em Guaiaquil, no Equador, quando a atleta – então com apenas 16 anos – sagrou-se campeã na prova dos 100 costas. Porém o Mundial seguinte, em Madri (Espanha), quatro anos depois, ficou marcado como a competição da sua vida. Ela ganhou seis medalhas, sendo quatro de ouro, duas individuais nos 100 livre (55:05) e 200 medley (2:15:56), além dos revezamentos 4 x 100 livre e 4 x 100 medley, estes dois com recordes mundiais. Por sinal, na abertura do revezamento 4 x 100 livre, Kristin Otto quebrou o recorde mundial da prova com 54:73.
Aos 22 anos, o mundo a seus pés
O grande momento de consagração, no entanto, veio nas Olimpíadas de Seul, em 1988. Ainda sob a divisão de regimes e do imenso muro, a Alemanha Oriental conseguiu desfilar o poderio de sua equipe de natação sobre as tradicionais equipes canadense e norte-americana graças à Kristin Otto. A nadadora arrebatou seis medalhas de ouro, incluindo as duas que ajudou sua equipe vencer no revezamento. Aos 22 anos, a nadadora assombrou o mundo também pelo fato de que as medalhas foram conquistadas em três estilos diferentes – nado livre, nado de costas e borboleta – proeza que nenhum outro atleta realizou, nem mesmo Mark Spitz.
À sua sombra, Kristin conduziu o tempo todo as chinesas, mas conseguiu com décimos de segundos manter-se no lugar mais alto do pódio em todas as provas que disputou. A mais emocionante prova durou menos de 26 segundos. Disputando os 50 metros nado livre, a alemã venceu por meio braço a chinesa Yang Wenyi, dona de nove recordes mundiais conquistados em 1986 (quatro) e 1987 (cinco).
Mais uma medalha nadando de costas, Kristin Otto ainda chegaria ao recorde olímpico em uma brilhante performance na prova de 100m borboleta. Em 59 segundos, ela confirmou que estava entrando para a história da natação em grande estilo. Outras duas medalhas de ouro no revezamento fizeram com que o mundo passasse a ver as alemãs como as grandes donas das piscinas de Seul.
Se por um lado a excepcional performance da natação alemã trouxe à tona discussões sobre doping de atletas, também trouxe consigo um novo estilo de preparação para os atletas. Resultado de intensas sessões de musculação, as alemãs orientais desfilavam pelas piscinas ostentando corpos bem definidos e ombros largos.
Agraciada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) com o título de Rainha dos Jogos Olímpicos de Seul, Kristin Otto se indignou com as insinuações de que teria se valido de esteróides para alcançar seus feitos. “Ninguém poderá tirar meu sucesso em Seul. Eu era como o Mark Spitz, as medalhas foram resultado de anos de trabalho. Mas não posso ter certeza sobre o que foi colocado na minha comida”, defendeu-se na época através da imprensa.
Talvez abatida pelas acusações, que ela sempre rebateu, Kristin Otto aproveitou o Campeonato Europeu de 1989, realizado em Bonn, na Alemanha, para se despedir da natação ainda na flor de seus 23 anos de idade e, certamente, com muitos recordes ainda por quebrar. Hoje, a ex-rainha das piscinas é comentarista de um canal esportivo alemão.
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