Lauro Freitas Fº
editor do blog
A torcida tricolor não deve ser ingrata com o ex-técnico Renato Gaúcho. Afinal de contas, ao assumir o comando do time nessa sua terceira passagem pelo clube das Laranjeiras, em 2007, ele teve o mérito de motivar a equipe, que não andava muito bem das pernas na Copa do Brasil e vinha de um troca-troca constante de treinadores, e acabou por conquistar o título da competição, até então inédito para o Fluminense.
Bem ou mal, também foi um dos responsáveis pela montagem do elenco que chegou à igualmente inédita final da Taça Libertadores, este ano. Para que não se cometa injustiças, por isto todos os tricolores sensatos têm que agradecer ao Renato.
Contudo, já estava mais do que na hora do Portaluppi pegar seu bonezinho e ir cantar noutra freguesia. Até o jogo contra a LDU no Maracanã, mesmo que com altos e baixos, o time dava ainda alguma mostra de responder ao sinal de comando do treinador, embora o desempenho do Fluminense dependesse quase que exclusivamente do talento/esforço individual dos jogadores e do discurso “motivacional” de Renato.
Frustrado o sonho de ser campeão das Américas, o encanto automaticamente se quebrou. Técnico e jogadores, que planejavam “brincar” no Campeonato Brasileiro depois de conquistarem a Libertadores, caíram na dura e triste realidade. O elenco, antes tido como um dos melhores do país, mostrou que é formado apenas por bons jogadores (e alguns “sofríveis”). Peças como Leandro Amaral, Gabriel e Cícero não foram repostas. Os dois Thiagos (Silva e Neves) foram para as Olimpíadas e não deixaram substitutos à altura. O futebol de Arouca e Junior César tomou doril. O Dodô se rebelou, fez beicinho para a reserva e foi displicente quando estava em campo. E Renato, cabisbaixo, viu o time se afundar na desmotivação e na falta de um padrão tático, que nunca conseguiu dar.
Cabisbaixo mas sem perder a soberba. No vestiário, derrota após derrota, a culpa era sempre atribuída ou à perda de vários titulares, que prejudicava o entrosamento do time; ou ao abatimento dos jogadores pela perda da Libertadores; ou à expulsão de algum atleta; ou à diretoria que não contratou os reforços pedidos; enfim, todos tinham culpa nos resultados negativos menos ele, o treinador.
Certa vez, em frente ao portão 18 do Maracanã, Seu Armando Giesta – torcedor-símbolo do Fluminense, fundador da Young Flu – me disse que o Waldir Espinosa, que àquela época treinava o Tricolor, não era técnico para ficar mais de um ano à frente de uma equipe de futebol porque, apesar de competente, tem um temperamento que o leva a se tornar amigo, quase colega, dos seus jogadores e assim a tendência era perder o comando e o time declinar. O Renato Gaúcho é declaradamente discípulo do Espinosa. Reza pela sua cartilha. É o chamado “técnico boleirão”. Os jogadores o vêem como um companheiro mais experiente. Por isso, em caso de discordância, não hesitam em tomar atitudes como a de Dodô, que abandonou o time só para não sentar no banco do Somália.
Renato sai do Flu e já foi tarde. Deveria ter sido dispensado depois do vexame contra o Internacional no Maracanã. Ele tem seus méritos e pode vir a ser um grande treinador. Mas é preciso ainda comer muito feijão e tomar muitos litros de humildade. Agora, com o talentoso Cuca, esperam os tricolores verem o time render o que todos esperam desde o início da temporada.
Ah, e só para esclarecer aos que ainda acham que o Renato é a oitava maravilha entre os treinadores brasileiros da nova geração, aí vão uns números. Nessa recente passagem pelo clube, o técnico comandou o time em 96 jogos, com 44 vitórias, 26 empates e 26 derrotas. Ou seja, em 52 das 96 partidas disputadas sob seu comando, o Flu não ganhou.
editor do blog
A torcida tricolor não deve ser ingrata com o ex-técnico Renato Gaúcho. Afinal de contas, ao assumir o comando do time nessa sua terceira passagem pelo clube das Laranjeiras, em 2007, ele teve o mérito de motivar a equipe, que não andava muito bem das pernas na Copa do Brasil e vinha de um troca-troca constante de treinadores, e acabou por conquistar o título da competição, até então inédito para o Fluminense.
Bem ou mal, também foi um dos responsáveis pela montagem do elenco que chegou à igualmente inédita final da Taça Libertadores, este ano. Para que não se cometa injustiças, por isto todos os tricolores sensatos têm que agradecer ao Renato.
Contudo, já estava mais do que na hora do Portaluppi pegar seu bonezinho e ir cantar noutra freguesia. Até o jogo contra a LDU no Maracanã, mesmo que com altos e baixos, o time dava ainda alguma mostra de responder ao sinal de comando do treinador, embora o desempenho do Fluminense dependesse quase que exclusivamente do talento/esforço individual dos jogadores e do discurso “motivacional” de Renato.
Frustrado o sonho de ser campeão das Américas, o encanto automaticamente se quebrou. Técnico e jogadores, que planejavam “brincar” no Campeonato Brasileiro depois de conquistarem a Libertadores, caíram na dura e triste realidade. O elenco, antes tido como um dos melhores do país, mostrou que é formado apenas por bons jogadores (e alguns “sofríveis”). Peças como Leandro Amaral, Gabriel e Cícero não foram repostas. Os dois Thiagos (Silva e Neves) foram para as Olimpíadas e não deixaram substitutos à altura. O futebol de Arouca e Junior César tomou doril. O Dodô se rebelou, fez beicinho para a reserva e foi displicente quando estava em campo. E Renato, cabisbaixo, viu o time se afundar na desmotivação e na falta de um padrão tático, que nunca conseguiu dar.
Cabisbaixo mas sem perder a soberba. No vestiário, derrota após derrota, a culpa era sempre atribuída ou à perda de vários titulares, que prejudicava o entrosamento do time; ou ao abatimento dos jogadores pela perda da Libertadores; ou à expulsão de algum atleta; ou à diretoria que não contratou os reforços pedidos; enfim, todos tinham culpa nos resultados negativos menos ele, o treinador.
Certa vez, em frente ao portão 18 do Maracanã, Seu Armando Giesta – torcedor-símbolo do Fluminense, fundador da Young Flu – me disse que o Waldir Espinosa, que àquela época treinava o Tricolor, não era técnico para ficar mais de um ano à frente de uma equipe de futebol porque, apesar de competente, tem um temperamento que o leva a se tornar amigo, quase colega, dos seus jogadores e assim a tendência era perder o comando e o time declinar. O Renato Gaúcho é declaradamente discípulo do Espinosa. Reza pela sua cartilha. É o chamado “técnico boleirão”. Os jogadores o vêem como um companheiro mais experiente. Por isso, em caso de discordância, não hesitam em tomar atitudes como a de Dodô, que abandonou o time só para não sentar no banco do Somália.
Renato sai do Flu e já foi tarde. Deveria ter sido dispensado depois do vexame contra o Internacional no Maracanã. Ele tem seus méritos e pode vir a ser um grande treinador. Mas é preciso ainda comer muito feijão e tomar muitos litros de humildade. Agora, com o talentoso Cuca, esperam os tricolores verem o time render o que todos esperam desde o início da temporada.
Ah, e só para esclarecer aos que ainda acham que o Renato é a oitava maravilha entre os treinadores brasileiros da nova geração, aí vão uns números. Nessa recente passagem pelo clube, o técnico comandou o time em 96 jogos, com 44 vitórias, 26 empates e 26 derrotas. Ou seja, em 52 das 96 partidas disputadas sob seu comando, o Flu não ganhou.
Foto: Marcia Feitosa/Fotocom.net
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