quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Coluna / POR ONDE ANDA?



Rodrigo Serpa
roserpa.agito@gmail.com

Ricardo Gomes: o eterno xerife das Laranjeiras

Aos 43 anos, o ex-zagueiro Ricardo Gomes vem se destacando a cada ano como treinador, pelo mundo da bola.
Nascido em 13 de dezembro de 1964, Ricardo Gomes Raymundo, começou sua carreira como jogador pelo Fluminense no início da década de 80. Saindo da equipe de juniores, o zagueiro acabou se destacando durante o tricampeonato estadual (1983-84-85), além do Brasileiro de 1984, pelo Tricolor das Laranjeiras, ao lado de Duílio. Com resultados tão positivos, não foi difícil ganhar a primeira oportunidade de vestir a amarelinha, embora não tenha sido convocado para disputar a Copa do México, em 1986.
Em 1987, Ricardo Gomes teve de enfrentar sua primeira grave contusão, que acabou interrompendo suas participações pela seleção brasileira. Todavia, 1989 foi o ano da consolidação. Atuando pelo Benfica, onde já tinha conquistado o campeonato português em 1988/89, a serviço das “águias”, Gomes retornava à seleção, conquistando a Copa América e já ganhava a condição de capitão durante as Eliminatórias para Copa de 90, na famosa “Era Dunga”.
Pelo Benfica, voltou a sagrar-se campeão em 1990/91, transferindo-se em seguida para o Paris Saint-Germain FC, onde conquistou o campeonato francês de 1993/94 e a Copa da França de 1993, ao lado de Raí e Valdo.
Apesar do fraco desempenho da seleção na Copa da Itália, Ricardo Gomes continuou com prestígio nas convocações posteriores, principalmente nas eliminatórias de 1993, que daria início ao caminho do tetracampeonato mundial. Apesar de só ter atuado nas quatro últimas partidas das Eliminatórias, devido a uma contusão abdominal, o zagueiro preferido de Carlos Alberto Parreira tinha conseguido marcar três gols.
No entanto, os deuses da bola não deixaram Ricardo Gomes comemorar com seus companheiros nos Estados Unidos. No último amistoso antes da estréia da Copa do Mundo, contra a seleção de El Salvador, o jogador sofreu uma lesão muscular aos 21 minutos, que o cortaria do Mundial.
Em 1995, ainda conseguiu mais uma Copa da França para depois retornar ao Benfica e conquistar a Taça de Portugal na temporada 1995/96 e, então, encerrar a carreira.
Assumiu o cargo de treinador do Paris Saint-Germain ainda em 1996 e levou sua equipe à final da Taça dos Vencedores das Taças (Recopa Européia) de 1997, perdendo para o Barcelona por 1 a 0, o que acabou impedindo o bicampeonato da equipe parisiense. Porém, no ano seguinte, o PSG conquistou as taças da França e da Liga.
Embora apresentasse excelentes resultados, Ricardo Gomes decidiu voltar ao Brasil para adquirir mais experiência. Começou dirigindo a equipe do Vitória da Bahia (1999-2000), seguida pelo Sport Recife (1999), Guarani (2001), Coritiba (2001) e Juventude (2002). À frente da equipe de Caxias do Sul, obteve seus melhores resultados, que o levarm ao comando da seleção brasileira olímpica (sub-23). Ficou por lá até 2004, quando então conseguiu realizar o sonho de dirigir o Fluminense, seu time de coração, que contava com os “medalhões” Romário, Edmundo, Ramon e Roger. Acabou não dando muito certo e Gomes se transferiu para o arquirrival Flamengo, mas também não houve evolução.
Em junho de 2005 não resistiu a mais um convite do futebol francês e assumiu o clube Girondins Bordeaux, no lugar de Michel Pavon, que deixara a equipe por problemas de saúde. Acabou como vice-campeão francês da temporada 2005/2006, e, recentemente, campeão da Copa da Liga Francesa (2007). Continua no comando da equipe até hoje.
Em recente entrevista durante as comemorações do milésimo gol de Romário, o “Baixinho” afirmou que o maior zagueiro que viu jogar foi Ricardo Gomes, o xerife.

FICHA TÉCNICA

Posição: Zagueiro
Nascimento: 13/12/1964 – Rio de Janeiro
Copa: 1990
Jogos pela seleção: 52 (quatro não-oficiais)
Gol pela seleção: quatro
Clubes: Fluminense (1982-1988); Benfica-POR (1988-1991 / 1994-1995); Paris Saint-Germain-FRA (1991-1994 / 1995-1996)
Títulos: Tricampeão Carioca (1983-84-85) e Campeão Brasileiro (1984) pelo Fluminense; Campeão Português (1988/89 – 1990/91) e Taça de Portugal (1995/96) pelo Benfica; Campeão Francês (1993/94) e Copa da França (1993 e 1995) pela França.
Títulos como treinador: Copa da França (1998); Copa Nordeste (1999) e Copa da Liga da Francesa (2007).
O que faz hoje: Técnico do Girondins Bordeaux-FRA

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