domingo, 2 de dezembro de 2007

Adeus a Al Oerter e Tetsuo Okamoto

Rodrigo Serpa
roserpa.agito@gmail.com

Recentemente, o mundo dos esportes ficou órfão de dois grandes astros: Al Oerter e Tetsuo Okamoto.
O norte-americano Al Oerter, tetracampeão olímpico em lançamento de disco, permaneceu neste posto isoladamente por mais de três décadas, quando Carl Lewis igualou sua marca ao conquistar a medalha de ouro nas Olimpíadas de Los Angeles-84, Seul-88, Barcelona-92 e Atlanta-96. Mesmo assim, Oerter ainda é o único a quebrar recordes em quatro edições seguidas dos Jogos Olímpicos: Melbourne-1956, Roma-1960, Tóquio-1964 e Cidade do México-1968.
Al Oerter sofria de pressão alta e problemas cardíacos, motivos que o fizeram se ausentar do esporte por oito anos, logo após os Jogos do México. Porém, quatro anos após seu retorno, aos 43 anos, conseguiu estabelecer seu recorde pessoal em Wichita (69,46m), em 31 de maio de 1980. Há 20 anos entrou para o livro 100 Golden Moments, da IAAF, como protagonista de um dos momentos mais marcantes do atletismo no século XX.
Outra grande perda, especialmente para o esporte brasileiro, foi o ex-nadador Tetsuo Okamoto, responsável pela primeira grande conquista do país, ao ganhar a medalha de bronze nos 1500m livre dos Jogos Olímpicos de Helsinque, em 31 de julho de 1952.
Pelo desejo de viajar e conhecer novos lugares, Okamoto, com apenas 15 anos, resolveu dedicar-se intensamente aos treinos na piscina do Yara Clube de Marília-SP, e acabou superando metas quando, oito anos antes, nadava apenas para tentar se curar de problemas com asma.
Antes mesmo dos Jogos de Helsinque, o “Tachinha” (apelido ganho na época, devido ao corpo magro e à “cabeça grande”) tornara-se o primeiro brasileiro campeão dos Jogos Pan-Americanos, ao vencer os 400m e os 1.500m livres de Buenos Aires, sem falar da prata no revezamento 4x200m, todos os feitos em 1951.
Após o bronze olímpico, Okamoto participou de competições na Europa, mas, em 1954, com 20 anos e sem dinheiro de patrocínios, resolveu abandonar a carreira e aceitar o convite para cursar Geologia e Administração de Empresas nos EUA. Nos primeiros anos, ainda chegou a nadar em disputas universitárias, mas aos poucos se distanciou do esporte.
De volta ao Brasil, Okamoto trabalhou em empresas até 1976, quando abriu a Hidrotécnica Okamoto, que trabalha na perfuração de poços artesianos de São Paulo e se dedicou à sua manutenção até os últimos dias de sua vida. Sofrendo com problemas renais e fazendo hemodiálise freqüentemente, Okamoto morreu aos 75 anos, de insuficiência respiratória e cardíaca em Marília, sua cidade natal.

Conheça mais sobre Al Oerter
Nascido em 19 de setembro de 1936, em Astória (Nova York), Alfred Adolph Oerter foi o primeiro atleta a conquistar o tetracampeonato olímpico. Ele também quebrou quatro vezes o recorde mundial da prova: 61,10 m (Los Angeles-62); 62,45 m (Chicago-62); 62,62 m (Walnut-63); e 62,94 m (Walnut-64). Morreu em 1º de outubro de 2007.

Conheça sobre mais Tetsuo Okamoto
Nascido em 20 de março de 1932, em Marília-SP, Tetsuo Okamoto foi o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica. Além de nadar, apresentou um programa esportivo na Rádio Panamericana (hoje Jovem Pan), com dois grandes nomes do atletismo: Adhemar Ferreira da Silva e Elizabeth Clara Muller, nos anos 50. De sua campanha em Helsinque, não guardou nem a medalha que conquistou. Ela está em salão especial no Yara Clube de Marília. Morreu em 2 de outubro de 2007.

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