terça-feira, 29 de abril de 2008

HERÓIS OLÍMPICOS 1 / Jim Thorpe

Nesses meses que antecedem o início dos XXIX Jogos Olímpicos, a serem realizados em Pequim (China), em agosto, o ESPORTEAGITO vai recordar, nesta série de matérias intitulada Heróis Olímpicos, a história de alguns dos maiores nomes do esporte mundial em todos os tempos.
Abrindo a série, o norte-americano Jim Thorpe, destaque absoluto das Olimpíadas de 1912, em Estocolmo (Suécia), ao vencer o decatlo e o pentatlo, e que foi saudado pelo rei Gustavo V, da Suécia, no momento da entrega das medalhas, como “o maior atleta do mundo” na época.

Pesquisa e texto final: Lauro Freitas Fº
No dialeto kichapooé dos seus ancestrais, Jacobus Franciscus Thorpe se chamava Wha-Tho-Huk – “Destino Brilhante” – pois, reza a lenda, no momento de seu nascimento um raio de sol iluminava o lugar em que ele se encontrava. O pai, Hiram Thorpe, era filho de uma índia e um irlandês e a mãe, Charlotte Vieux, igualmente descendente de índia e um francês.
Assim, sob a aura de um “destino brilhante”, nascia no dia 28 de maio de 1887 em Prague, território indígena do atual estado de Oklahoma, nos Estados Unidos, um menino que alguns anos depois entraria para a História como “o maior atleta da primeira metade do século XX”, honraria outorgada pela agência internacional de notícias Associated Press, em 1950.
E não é exagero. Afinal, Jim Thorpe – como ficou mundialmente conhecido – foi um dos atletas mais versáteis do século XX: praticava basquete, handebol, hóquei, arco e flecha, tiro, natação, canoagem, tênis, squash, hipismo, futebol americano e beisebol.
A carreira de esportista começou em 1907, após a perda dos pais poucos anos antes. E o início foi pelo futebol americano, que começara a praticar em uma escola no estado da Pensilvânia na localidade de Carlisle.
De 1909 a 1910, Thorpe já embolsava cerca de 25 dólares semanais para disputar partidas de beisebol, à época semiprofissional. Ele utilizava o seu nome verdadeiro, ao contrário de outros atletas que se valiam do subterfúgio da utilização de pseudônimos para que não fossem impedidos de disputar competições como atletas amadores, como as Olimpíadas.
Em 1911, Jim Thorpe passa a disputar campeonatos de futebol americano e consegue projeção nacional ao vencer por sua escola o Campeonato Nacional Colegial da modalidade.

Olimpíadas, da consagração à frustração
Os Jogos Olímpicos de 1912, em Estocolmo, na Suécia revelaram ao mundo o talento e a força desse super-atleta. Tornou-se campeão no pentatlo e no decatlo. Foi recebido com festa em seu país e desfilou em carro aberto pela Broadway.
Entretanto, o fato de não ter adotado um pseudônimo para competir em modalidades não-amadoras custou-lhe muito caro. Em 1913, teve cassadas as suas medalhas por ter recebido dinheiro para disputar partidas no beisebol, anos antes dos Jogos.
Sem as medalhas mas já uma celebridade esportiva internacional, Jim Thorpe assinou um contrato de 5 mil dólares para tornar-se a maior estrela do New York Giants. Entre os anos de 1915 e 1920 consagrou-se como um dos maiores atletas do futebol americano atuando pelo Canton Bulldogs, onde se sagraria campeão mundial em 1916, 1917 e 1919.
Em 1920, quando ainda defendia as cores dos Bulldogs, foi eleito o primeiro presidente da Associação de Profissionais de Futebol Americano dos EUA. Até 1928, quando decidiu se aposentar, defendeu várias equipes.
Depois do término de sua carreira profissional, Thorpe encontrou diversos obstáculos para estabelecer-se em alguma profissão fora do esporte e não conseguia manter-se por muito tempo em nenhum emprego. Por um período de sua vida atuou em vários filmes no elenco de apoio, sempre em papéis indígenas.
Em 1950, praticamente destruído como pessoa, chegou a ser hospitalizado devido a um câncer nos lábios. Um dos maiores atletas de todos os tempos, Jim Torphe morreu sem dinheiro e praticamente esquecido em um trailer em Lomita, Califórnia, em1953.
Trinta anos mais tarde, em 1983, as duas medalhas que ele ganhara em 1912 foram devolvidas à família por parentes dos atletas Hugo Wieslander (sueco) e Ferdinand Bie (norueguês) que as “herdaram” após a cassação, mas nunca as consideraram verdadeiramente suas, reconhecendo que, de fato, Jim Thorpe foi o melhor.

Um comentário:

Clayton Cesar disse...

Cara muito interessante esta história, ví que você não postou mais nada, não deixe de fazer isso.

Continue utilizando este canal de comunicação para divulgar.

Um grande abraço, Clayton, Salvador , Bahia.