segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Um fenômeno chamado telecatch

É possível que, para a maioria das pessoas com mais de 35 anos, o telecatch não seja mais do que uma vaga lembrança. Para os mais jovens, talvez, nem isso. Em seus anos de glória, entre 1960 e 1980, porém, o telecatch rivalizava em pé de igualdade com o futebol na preferência dos telespectadores brasileiros.
A turma da luta livre fez um gigantesco sucesso pelas TVs do Brasil e agora tem sua vida e glória contada no livro Telecatch – Almanaque da Luta Livre, de autoria do jornalista Drago, recém-lançado pela Matrix Editora.
A obra mostra que astros como Fantômas, Tigre Paraguaio e Ted Boy Marino apresentavam suas habilidades em programas de ibope elevado e eram os heróis de muitos brasileiros, competindo pela simpatia da população com ídolos esportivos mais “ortodoxos”, como Pelé ou Éder Joffre.
Para alcançar tamanho sucesso, os programas de telecatch tinham seus segredos: tesouras voadoras, arremessos de adversários contra as cordas, juizes roubando descaradamente para os lutadores maus, capangas invadindo o ringue, limão espremido no olho do oponente e um arsenal de outros truques.
Na época, o telecatch transformou a maneira de transmitir eventos esportivos pela TV – foi o primeiro programa de esportes a contar com patrocinadores fixos, no Brasil. No mundo do telecatch, a avaliação exagerada (positiva ou negativamente) do carisma e dos atributos físicos dos atletas, a aplicação de golpes baixos, a exposição calculada de determinados aspectos do caráter dos lutadores e diversos fatores alheios às normas esportivas contribuíam decisiva e descaradamente para o resultado dos combates. Nada disso, porém, afastava o público; antes, o contrário.
O livro Telecatch – Almanaque da Luta Livre tem 160 páginas ilustradas e está à venda nas principais livrarias da cidade ao preço de R$ 27,00. A obra também pode ser comprada através do site www.matrixeditora.com.br.

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