terça-feira, 1 de setembro de 2009

Opinião / Flu demite Renato. Saiu quem não devia ter voltado

Lauro Freitas Fº
editor do EsporteAgito

O Fluminense anunciou na manhã desta terça-feira (1 de setembro) a demissão do técnico Renato Gaúcho. Junto com ele foram para a rua o auxiliar técnico Valdir Espinosa e o preparador físico e “fiel escudeiro” Alexandre Mendes – uma espécie de Murtosa (aquele folclórico auxiliar do Felipão) do Renato.
Para o lugar do treinador, a diretoria anunciou a contratação de Cuca, que segundo o site oficial do clube, assinou “até o final de 2010”.
O que mais me chamou atenção, contudo, em mais esse troca-troca de técnico no Flu, feito na base do desespero, foi a justificativa dada pelo vice de futebol tricolor, Tote Menezes, para a escolha do Cuca: ser um treinador que prioriza a parte tática.
Ora, ora, seu Tote! Quer dizer que só agora os cartolas tricolores se tocaram de que o Renato não é um treinador “tático” e que padrão de jogo é tudo o que o Fluminense nunca teve sob o comando do Portaluppi?
Outra pergunta que não quer calar: quantas vezes o Renato Gaúcho terá que fracassar no Fluminense para o Dr. Celso Barros, presidente da patrocinadora, se convencer de que o técnico ainda tem muito o que aprender e amadurecer para dirigir um grande clube? E só para se pensar: por que será que só o Flu do Celso Barros e o Vasco, na era Eurico Miranda, contratam o Renato como treinador?
Como jogador, Renato é meu ídolo. Jamais vou esquecer a alegria que me deu com aquele gol de barriga contra o Flamengo, em 95, botando água no chope do “centenário” rubro-negro.
Mas, como treinador, o ex-craque nunca me convenceu. Nem mesmo na conquista da Copa do Brasil, em 2007, quando o time ganhou sem jogar bem a maioria das partidas. As vitórias foram sempre apertadas. Na campanha da Libertadores, me lembro de um jogo memorável – os 6 a 0 contra o Arsenal, da Argentina, no Maracanã – e boas atuações contra o São Paulo (aqui) e contra o Boca Juniors (lá e cá). Na decisão, contra a LDU, faltou força ao time na prorrogação para matar o jogo. Ao contrário, o Flu “morreu”, os equatorianos cresceram e foram com mais moral para os pênaltis.
Renato Gaúcho, como técnico, é um grande motivador. É boleiro, fala a linguagem dos jogadores, é amigo e parceiro. Mas não é estrategista. O atual time tricolor, apesar do alto investimento nas contratações, erra passes em demasia. Como pode um atleta que ganha R$ 150 mil, R$ 200 mil ou mais olhar o companheiro e dar a bola para o adversário, ou tentar o arremate e chutar a bola no zagueiro do outro time? Isto é falta de treino de posicionamento e de fundamento.
Nesta sua nova e triste passagem pelo tricolor, Renato ganhou uma só partida em 10 jogos e, mesmo assim, contra o companheiro de lanterna, o Sport.
Agora, com a guilhotina cada vez mais perto do pescoço, os dirigentes tentam consertar a trapalhada que fizeram 10 jogos atrás. Mas temo que seja tarde demais.


Foto: Divulgação /Photocamera

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