quinta-feira, 10 de novembro de 2011

FUTEBOL / Super Ézio deixa os tricolores de luto

Da Redação do EsporteAgito

Nono maior artilheiro do Fluminense, com 118 gols em 228 partidas, e ídolo tricolor, o ex-jogador Ézio Leal Moraes Filho – o Super Ézio, como a torcida o chamava – morreu na noite desta quarta-feira (9 de novembro), aos 45 anos, vitimado por um câncer devastador no pâncreas.

Sobre o ídolo precocemente desaparecido, vale registrar o depoimento do jornalista, cineasta e ex-conselheiro do Fluminense Valterson Botelho, postado nesta quinta-feira em sua página do Facebook. Valterson tem se dedicado nos últimos anos a produzir vídeos de curta duração entrevistando antigos craques tricolores, para perpetuar na história os grandes jogadores que vestiram a camisa do clube. Ézio seria um dos próximos a serem cinebiografados. Vejam o que disse o jornalista, ainda sob o impacto da triste notícia:

“Desde o início do ano pedi, insistentemente, ao meu filho para fazer um contato pessoal com Ézio, já que ambos trabalhavam no mesmo edifício na Barra da Tijuca. Meu filho sempre me dizia que ele não tinha ido trabalhar; que não conseguiu o número dele, etc. etc. Ainda brinquei com o filho de que ele como produtor iria morrer de fome na profissão.

Na segunda quinzena de agosto consegui o celular do craque e liguei. Para surpresa minha foi o próprio que atendeu. Sua voz já não era de um goleador, mas de um doente. Falei para ele que estava fazendo uma mini biografia, em vídeo, dos grandes ídolos tricolores para eternizá-los. Dei para ele o nome do meu site e ele disse que já conhecia e que gostava das entrevistas. Disse a ele que eu precisava fazer cinco perguntas, as mesmas que fizera a todos os ídolos já entrevistados. Ele me explicou que iria me atender, mas que aguardasse ele melhorar de saúde para ser filmado. Ainda insisti, já que ficara sabendo na véspera, pela fonte que me fornecera o telefone, de que o caso dele era um câncer terminal. Falei que daria um close apenas no rosto e que teria todo o tempo que precisasse para responder as cinco perguntas. Expliquei para ele a sua importância como o nono artilheiro da história tricolor, com 118 gols em 236 jogos. Combinamos, então, que aguardaria a ligação dele. Fiquei esperançoso.

Dias depois encontro uma amiga comum da irmã dele. Ligamos para ela e expliquei tudo. Ela me pediu o mesmo que Ézio. Tempo. Disse que Ézio estava sendo bem tratado e que a mãe dele estava sofrendo por causa de um irmão dela (mãe) com o mesmo problema do Ézio. Pediu para não comentar o assunto com a imprensa, no que obedeci.

Dias depois morre o nosso Pinheiro e no velório no Clube falei ao Presidente Peter Siemens da situação do nosso goleador. Ele foi curto e objetivo: se você está em contato com a família, me faça um favor: diga a família de que o Fluminense está à disposição de Ézio para o que for necessário. Transmiti o recado a irmã e ela agradeceu dizendo que, naquele momento, estava tudo sob controle.

Liguei mais algumas vezes para saber como estava indo a saúde de Ézio; não voltei a pedir a entrevista.

Ézio não me ligou. Mas hoje soube que o câncer o venceu. Que ele descanse em paz e lá em cima vista sempre o manto tricolor e continue a marcar os seus gols, pensando sempre que está jogando um Fla x Flu...”

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