terça-feira, 30 de agosto de 2011

Opinião / Para falar tem que entender

Lauro Freitas Fº
editor do blog

E por falarmos em Sandy e na polêmica sobre a popularização dos esportes de luta, chamou-me a atenção um texto que o comentarista de boxe do canal pago Combate, Daniel Fucs – para mim, o melhor analista da chamada “nobre arte” no Brasil – publicou em seu blog.

Assim como eu, Fucs é um crítico contumaz do abandono que a grande mídia brasileira relegou o boxe, tanto o nacional quanto o mundial. E embora goste também do MMA (mistura das artes marciais), concordo em gênero, número e grau com o mestre quando bate forte naqueles que “profetizam” que o vale tudo decretará, no futuro, a “morte” do boxe, como prática esportiva e como negócio.

O texto a seguir, retirado do blog do Fucs (http://combate.globo.com/platb/danielfucs), ilustra bem essa visão. Sou fã de MMA, mas antes de tudo de boxe. E creio que há espaço para ambos os esportes. Todo radicalismo, por isso mesmo, é no mínimo precipitado.Com a palavra, Daniel Fucs:

Musica é musica; luta é luta

É incrível o que a emoção e a necessidade de acreditar no que se fala, assim como a insistência cega para convencer os outros fazem com a mente das pessoas. Assistindo à entrevista de Lucas Lima, integrante da família de músicos Lima, à Marília Gabriela, fiquei pasmo com uma resposta do entrevistado.

Indagado sobre seu gosto por lutas de vale tudo, Lucas primeiro quis corrigir Gabi entrando numa leve discussão sobre a nomenclatura “vale tudo”, tentando impor sua opinião que o correto seria usar o termo na língua inglesa (?). Marília teve personalidade e manteve seu ponto de vista.

Depois, sem que qualquer tipo de comparação lhe fosse solicitada, atacou a modalidade do boxe (?) afirmando que a nobre arte era um esporte violento. Pra que isso? O assunto não era esse. Por quer não se limitou ao seu esporte favorito quando teve chance: o vale tudo. Para tentar provar o que falava, afirmou que no boxe, depois de 10 segundos, o boxeador derrubado retorna à luta, criticando a continuidade do combate.

Lucas mostrou que seu fanatismo, ignorância no tema e falta de confiança no esporte que aprecia são os mesmos daqueles que persistem na bobagem de tentar elevar o vale tudo em detrimento do boxe, numa típica postura de “Maria vai com as outras”.

Primeiro, não é verdade que um boxeador depois de 10 segundos retorne ao combate. Se os 10 segundos forem atingidos, o árbitro encerra a luta declarando o adversário vencedor. E mais: mesmo depois de a contagem atingir 8 ou 9 segundos, se o árbitro considerar o pugilista sem condições, o combate é encerrado.

Segundo, Lucas omitiu para Marília Gabriela que no vale tudo se um lutador é derrubado com um golpe, não existem nem os 10 segundos. O adversário pode montar no oponente derrubado e continuar a socar até que o árbitro interrompa a luta ou o adversário desista do confronto, ou consiga se recuperar.

Continuarei assistindo e ouvindo a Família Lima – como músicos – de quem sou fã. Porém, depois da argumentação de Lucas Lima, mudei de canal e fiquei sem saber se ele foi o componente da familia escolhido para ser entrevistado no programa devido aos seus dotes musicais ou por ser o marido da Sandy.

Nenhum comentário: