sexta-feira, 10 de agosto de 2012

MARKETING ESPORTIVO / Só medalha de ouro não basta para atrair patrocinadores


Para que a conquista se reverta em contratos, atletas devem manter a imagem em evidência após os Jogos

Por Gabriel Ferreira (transcrito do site Gestão e Marketing Esportivo, de João Henrique Areias)
As medalhas de ouro conquistadas durante os Jogos de Londres pela judoca Mayra Aguiar e pelo ginasta Arthur Zanetti devem render aos dois atletas brasileiros muito mais do que a satisfação pessoal da grande vitória.
Ouro de Arthur Zanetti abre portas para patrocínio,
mas é necessário que a modalidade permaneça
em evidência na mídia, dizem especialistas
Foto: Agência Brasil
Ser o primeiro colocado em sua modalidade durante o maior evento esportivo do mundo é um dos caminhos mais curtos para atrair o interesse de empresas dispostas a ligar a imagem ao esporte. "Essas vitórias geram novos títulos e ídolos e é a isso que qualquer empresa busca se associar", diz João Henrique Areias, consultor de Marketing Esportivo.
Mas a medalha no peito é apenas o início. O atleta precisa, além do treinamento, manter entre a lista de tarefas diárias, a manutenção da visibilidade adquirida durante a competição.
“Se o Zanetti ou a Mayra sumirem logo da mídia, eles não terão tempo de capitalizar a medalha”, diz Thiago Mansur, presidente do Instituto Brasileiro de Marketing Esportivo. Nessa hora, é importante que o medalhista seja bem assessorado. “As confederações devem ajudar, pois é interesse delas que o esporte se torne ou se mantenha popular.”
A preocupação com o destaque da modalidade também está ligada ao potencial de capitalizar vitórias futuras. “A simples conquista da medalha não se reverte imediatamente em novos patrocínios”, afirma Eduardo Generoso, gerente de projetos da ESM, consultoria de Marketing Esportivo.
Segundo ele, entre os fatores que vão influenciar no interesse de empresas pelo medalhista estão o tamanho da exposição que o esporte consegue na mídia. “No caso de Zanetti deve ser mais fácil, pois outros atletas, como os irmãos Hypolito, já fizeram o trabalho de popularizar a modalidade”, diz Generoso.
No caso do futebol, que disputará a primeira final olímpica desde 1988, o impacto do tão aguardado ouro é diferente e vai além da possibilidade de atrair maiores patrocínios.
Como os atletas são negociados entre times e possuem um valor de mercado mais fácil de ser medido, uma conquista olímpica pode significar uma grande valorização na hora da transferência. Isso é mais comum no caso de atletas que ainda não conseguiram destaque fora da seleção olímpica.
“Para quem está no nível do Neymar, o ouro não faz diferença”, diz Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria.

Nenhum comentário: